sábado, 19 de outubro de 2013

love me, love me not

- já esteve apaixonada? - perguntou, tentando, talvez, saber mais do que aquilo que podia.
- já...
- e estava apaixonada pela pessoa ou pela ideia que fazia dela? - investiu de novo, outra vez de maneira demasiado ambiciosa.
aí, calei-me e refleti. inutilmente, porque a resposta sempre fora mais do que clara para mim. apaixonei-me pela ideia que fiz de ti no segundo em que os nossos olhos se encontraram. apaixonei-me pela maneira como sorrias e pelas coisas que pensei esconderes por trás desse sorriso. apaixonei-me pelo que diziam de ti. apaixonei-me pelos pequenos fragmentos do teu ser que conseguia apanhar. apaixonei-me pela maneira como a roupa preta complementava o tom da tua pele. apaixonei-me pela tonalidade que os teus olhos adquiriam ao refletir o sol. apaixonei-me pela maneira como afastavas o cabelo da cara. apaixonei-me pela maneira como parecias não te importar com nada. apaixonei-me ao ponto de não suportar estar à tua beira e, muito menos, longe de ti. apaixonei-me pelo que os meus olhos viam e pelo que a minha mente imaginava. às vezes, e só mesmo às vezes, ainda acho que estou apaixonada. e talvez até esteja, só que não é, nem nunca foi, por ti.
encarei-a apenas com a sombra de um sorriso a aflorar-me o rosto.
- pela pessoa. - respondi, mentindo mais uma vez.

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