sábado, 29 de março de 2014

we are the wild youth

quando somos pequeninos, o mundo parece-nos um lugar muito grande. um lugar com milhões de sítios inexplorados, um lugar onde vês pessoas novas todos os dias, onde tens algo novo para conhecer sempre que sais de casa. no entanto, à medida que crescemos, percebemos que não é bem assim. o mundo é, na realidade, bastante pequeno: o rapaz de quem a tua amiga te falou é teu vizinho; a minha prima anda com a amiga da minha amiga na escola; o pai do teu amigo é amigo do teu pai. pessoas, sítios que, à partida, em nada se relacionam estão ligados de alguma maneira. quando sais à rua, encontras as mesmas caras de sempre. à medida que crescemos, o mundo mingua e vamos ficando tão grandes como as árvores, as casas, os países, os continentes e os oceanos que nos rodeiam.
talvez seja esse o problema, tornamo-nos tão grandes que, simplesmente, deixamos de caber no mundo. aí, limamos todas as arestas (e, por vezes, mais do que apenas as arestas) que temos numa tentativa vã de voltar a encaixar no mundo. mas perder a nossa identidade não nos torna mais pequenos, torna-nos, no melhor dos casos, mais vazios ainda. o volume mantém-se, a massa diminui, ficamos ocos.
se pensarmos nisto torna-se algo quase ridículo. afinal, existimos apenas num sítio. temos 6 continentes, 193 países, 7 mil milhões de pessoas, 510 milhões de km² de Terra por conhecer. somos, realmente, tão pequenos como inicialmente parecíamos. a chave é nunca nos esquecermos disso.

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