domingo, 16 de março de 2014

my tea has gone cold

é só a mim que certas músicas despertam sensações visuais muito intensas? por vezes até músicas que não têm, para mim, qualquer tipo de significado. passo a exemplificar: 
estou na aula de português, é uma da tarde (ou quase). é sexta-feira, aquela é a penúltima aula. os meus olhos querem fechar e o meu cérebro desligar mas eu resisto. uma aula de educação física decorre no ginásio (ou no que eu suponho que seja o ginásio) ao lado da minha sala. através das paredes chega uma música, a qual não consigo identificar completamente. apesar de não saber de que música se trata e de nem sequer conseguir ouvi-la muito bem, algo dentro de mim acontece. está sol, esqueci-me de mencionar anteriormente. como estava a dizer, no meu cérebro começa a formar-se uma ideia, uma realidade. de repente, estou num liceu numa américa que atravessa o mágico período dos anos 90. quando a campainha tocar e pudermos sair, vou correr para o campo, perdoar a estupidez que o meu patrick verona fez e, aí, começará o verão que antecede a minha ida para a faculdade. mas, sejamos realistas: não tenho um patrick verona, não é verão, não vou para a faculdade e a minha escola nem sequer tem algo digno de se chamar campo. é como se tivesse entrado numa espécie de sonho do qual estou totalmente consciente mas não consigo inteiramente controlar. a música desencadeia um estímulo que os meus neurónios aferentes não transmitem corretamente. é uma sensação semelhante a ser levada por uma onda, mas apenas ao nível do cérebro. se é que isso faz sequer sentido. claro que não! são duas da manhã, por amor de deus. são duas da manhã mas, dependendo da música que começar a dar, isso pode facilmente mudar.

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